Incra Itinerante em Manga

Situação dos Assentamentos de Manga

 Por Valfrido Morais

Além da falta de estradas, água e crédito rural nos assentamentos preocupam-me a falta de perspectiva futura para os jovens filhos de agricultores familiares.

Em visita recente ao Paraterra II e Assentamento Santo Expedito, ouvi alguns assentados e percebi a falta de Políticas Complementares à reforma agrária.

São poucas ou quase inexistentes as ações voltadas para a fixação do jovem no meio rural, inviabilizando a sustentabilidade dos paraterras e assentamentos, uma vez que os filhos dos assentados não darão continuidade às atividades dos pais retomando o êxodo rural.

A falta de atividades e espaços de lazer dentro dos Assentamentos obriga aqueles que querem se descontrair a se deslocar para a sede do município. Essa prática contribui também para que os jovens deixem o campo em busca de uma suposta vida melhor na cidade.

Precisamos de alternativas viáveis e urgentes para tornar a vida dos jovens agricultores mais interessante e agradável e, dessa forma, estimular seu desejo de se manterem no campo para darem continuidade ao empreendimento agropecuário. Uma sugestão que merece atenção da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa é a criação de espaços ou eventos que motivem os jovens a permanecerem no meio rural, como criação de Telecentros, Bibliotecas Comunitárias, Rádio Local, investimento em esporte, cultura e lazer, construção de locais de festas, encontros e entretenimentos.

Com a implantação de Telecentros rural nos assentamentos, por exemplo, com cursos de capacitação voltados para atividade do setor primário (Agricultura e Pecuária), certamente agiriam como motivação para o jovem se realizar como cidadão no seio da família e exercendo com eficiência as atividades essenciais ao empreendimento agrícola.

Apresentaremos amanhã (02/03/2012) ofício à Mesa Diretora da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa solicitando investimento em políticas complementares nos assentamentos e ainda:

• Incentivos à agricultura de economia familiar;
• Viabilização de políticas de comercialização dos produtos;
• Assistência técnica gratuita e o direcionamento de pesquisas agropecuárias voltadas à agricultura de economia familiar;
• A criação de fóruns para alavancar o desenvolvimento rural nas áreas de fruticultura, horticultura, apicultura e pecuária;
• Áreas de lazer nos projetos de assentamentos;
• Espaços para realização de atividades recreativas, culturais e artísticas promovidas nos assentamentos ou em seu entorno.